Uma das coisas que melhor me faz à saúde são... as greves do metro!

Há um ou dois anos as greves do metro permitiram-me mudar a rotina e em vez de apanhar o metro após chegar do comboio a Lisboa, fazer o percurso a pé. Ainda eram cerca de 15 minutos com passo rápido mas fazia-me muito bem e, apesar de inicialmente chegar ao trabalho com um pouco de asma, rapidamente isso deixou de acontecer.

Desta vez, a última greve do metro, permitiu-me mudar a rotina e experimentar ir de bicicleta! A pé seria um percurso demasiado longo do transporte que apanho agora e da nova localidade da minha empresa...

Cada vez mais se vê ciclistas a frequentarem o barco para a travessia no Tejo e nesse dia fui uma também! Conheci um ciclista que também trabalha para os meus lados e assim fiquei a conhecer o caminho que ele fazia, era semelhante ao que tinha planeado mas com uma ou outra rua de melhor acesso para nós, para além de muitas dicas em andar em cidade, que isso não tenho experiência... bem, o Seixal é uma cidade mas é mais tranquilo (às vezes) ou eu já conheço muito melhor os caminhos e nunca tinha chegado a deixar a bicicleta estacionada na rua.

No dia seguinte tinha o dia de férias mas aproveitei para apanhar o mesmo barco e fazer o mesmo percurso até ao trabalho. Continuar para outros lados mais distantes para conhecer melhor Lisboa de bicicleta, como a Expo, tirar montes de fotografias e apanhar a ciclovia até ao Terreiro do Paço, continuar até apanhar a próxima ciclovia até passar por baixo da Ponte 25 de Abril e não avançar muito, pois o cansaço físico desse dia e do anterior já me estava a custar; pequeno sprint para apanhar o barco senão iria esperar imenso tempo para o seguinte e descanso!

Na semana seguinte, de segunda a quinta-feira, fiz o mesmo, bicicleta para o trabalho e de volta para casa. Com um jantar de anos na segunda, quis experimentar também como era ir a sítios de bicicleta, talvez estar numa esplanada equipada à ciclista seja completamente na boa mas ir jantar a um restaurante nepalense (indiano, ou algo do género) já tenho de sacar do meu estilo cagativo para não me importar com o que tenho vestido :x (trago muda de roupa para o trabalho mas isso também dá trabalho para mudar, então para estar a mudar para jantar e sair do jantar, não me parece algo que tenha vontade de fazer só para parecer bem), no entanto, andar pelo centro da cidade de bicicleta, quando já há tranquilidade nas estradas, é uma sensação óptima! (melhor do que com as estradas cheias de trânsito, o que não deixa de ser bom) Só o facto de em vez de me enfiar num túnel subterrâneo cheio de pessoas sérias e tornar-me também uma, mexer-me e cansar-me muito mais apanhando o ar... ia dizer puro mas isso não acontece em Lisboa, o ar fresco, faz-me sentir muito bem! Parece que todos os dias faço um pouco de turismo antes e depois do trabalho.

Dessa quinta, da semana da greve, até a esta última quinta-feira, fiz cerca de 7 horas em bicicleta, traduzindo-se em 119km (o passeio longo de sexta de férias equilibrou como se tivesse andado a primeira semana toda de bicicleta para o trabalho). Uma rotina bem saudável para quem não faz outro desporto ou não vai ao ginásio e não paga mensalidade! :P

Fez-me foi ganhar 2 kgs que só reparei ontem e hoje confirmei. Desde que me lembro nunca pesei 54 kgs! Portanto, o blog é testemunha! Juntei o útil ao agradável e em vez de comer um doce em todos os almoços, mudei para fruta e ao final do dia antes de sair, comer mais outra peça de fruta para aguentar o caminho (a meio da manhã e ao lanche ainda não dispenso de bolachinhas) mas o primeiro pequeno-almoço também terá de ser mais reforçado pois chego esfomeada ao trabalho e nem 8:30 são e é um alívio quando termino de comer os segundos cereais, assim não pode ser! :o

No entanto, no último dia tive de ter a minha primeira grande queda, possivelmente desde a infância ou adolescência quando andava imenso de bicicleta na minha zona e que me esfolava toda. Desta vez não me esfolei, voei e caí no meu sítio favorito do percurso casa-trabalho-casa, que é o Terreiro do Paço! Mas ao menos foi em terreno lisinho. Tive como audiência desta espécie de mortal da bicicleta, um senhor velhinho muito sério, a caminhar muito devagar que não deve ter sabido o que fazer ou dizer e continuou a olhar-me muito sério com o seu passo pausado e devagarinho. O que sucedeu foi o suporte da água ter caído e a garrafa da água, de alguma maneira, ter ido para a minha frente e eu não ter conseguido evitar pisá-la, bloqueando a roda e projectando-me para a frente, virando a bicicleta e estragando-me a campainha fofinha que ela tinha :(
No início da semana, o suporte já tinha caído quando atravessei os carris do eléctrico mas foi tudo para trás e as pessoas na paragem é que gritaram para eu saber da ocorrência mas esta foi, não mais perigosa pois não estava numa estrada mas o resultado foi bem pior. Vou deixar de usar o suporte, pois estou sempre a desviar-me de carris ou em calçada e há sempre tremeliques que, eventualmente, irão causar mais quedas do suporte (no thanks...).

Anyway, lá levantei-me num instante e fui apanhar o que tinha ficado para trás. A primeira grande dor foi a do joelho direito, seguindo-se por um jeito no braço direito e pequena dor na palma da mão esquerda (maior impacto da aterragem). Ficando a saber no dia seguinte as restantes dores, mais abaixo na perna direita, de lado na perna esquerda, perto da virilha (por causa do selim) e acima do rabo, uma nódoa negra horrível, sabe-se lá porquê, devo ter levado com a bicicleta em cima e disso não me lembro. Só me lembro de voaaaar para a frente e ir tudo atrás, weeee lol :x quando o jeito no braço direito (ou ombro) passou surgiu uma dor no braço esquerdo como se estivesse a fazer muito exercício físico com esse braço, ou seja, não foi um mau jeito como o do direito (que sempre é mais preocupante) mas esse ainda não passou, amanhã já deve estar bom, pelo menos amanhã é dia de apostar na bicicleta novamente que o joelho já não doi! A sensação interior compensa as quedas! :D

Nessa semana de ciclismo, falei com mais pessoas da nova rotina e o que parece é que as pessoas não pensam sequer na possibilidade de ir de bicicleta mas traz tantos benefícios, tanto ao corpo como à mente e as que pensam, impõem barreiras mesmo podendo ser mais fácil ou rápido do que para mim que tenho de atravessar o rio, outras talvez fiquem a pensar um pouco nessa alternativa mas provavelmente continuarão a utilizar o automóvel ou aguentar com as tantas greves que os transportes públicos têm feito recentemente.

A cidade de Lisboa (e outras cidades) podia consciencializar mais as pessoas a aproveitarem este meio de transporte, anúncios para as lembrar disso e as soluções existentes, tanto as ciclovias que têm vindo a implementar para aumentar a segurança no ciclismo como a tentar reduzir os carros pois a condução maluca que os automobilistas lisboetas prestam na cidade é de meter medo às vezes, velocidades e manobras nada responsáveis.

Mudando de assunto (mas com uma passagem subtil), na sexta-feira fui à Feira da Golegã e espantou-me onde um sitio mais longe ou a parecer mais rural, terem ciclovia, desta vez tanto para ciclistas como para cavalos! Provavelmente há noutros sitios mas não estou a par mas gostei de ver!

Tive oportunidade, finalmente, pela primeira vez de assistir a um jogo de horseball! (na realidade foram dois mas nunca tinha visto nenhum e já andava para ver há mais de um ano). É bastante engraçado até! Partilho algumas fotos e vídeos, um de horseball e outro na feira, das pessoas a passearem nos seus cavalos na feira. É diferente!

Por fim, para terminar o longo post, ontem fui a uma Prova de vinhos nível I! Finalmente! Que já tinha sido adiada duas vezes, penso que por falta de participantes (precisavam de um número mínimo). Gostei bastante, a partir de agora vou olhar para o vinho de outra forma, ou melhor, olhar, cheirar e provar, eheh. Tirei montes de apontamentos, muitos conceitos novos e foi bastante positivo. Tenho mais dificuldade em definir aquilo que estou a cheirar, normalmente só me cheira a uma coisa e mesmo assim nem sei o nome, mesmo que seja a madeira... e o enólogo percebia logo uma data de cheiros mas agora aos poucos, vamos lá ver como vai sendo!

Provámos dois vinhos brancos, três vinhos tintos e um do Porto, nham! Nem ligava a vinho branco antes mas acho que mudei de opinião porque na prova, soube bem como qualquer um dos outros (se bem que o do Porto soube melhor que todos, eheh). Deixo também as fotos de cada vinho que provámos :)

Até à próxima com mais vivências!